domingo, 27 de setembro de 2009

Mãe Re-quebrando



Parece mentira, mas depois de 10 meses que quebrou o pulso numa queda, mãe tropeça (de novo) na calçada da padaria e quebra o cotovelo.
Já disse a ela que tá na hora de se aposentar dessa profissão de quebrar osso.
Mas, entre altos e baixos, um momento dela em alto astral curtindo a dor de cotovelo.
Essa é mãe!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A PEDIDOS, A VOLTA DA RAINHA DO REBOLADO...



RECOMENDÁVEL PARA FESTINHAS...

Olhe, num sei não...

Tô eu em início de férias das faculdades, mas ainda não da agência. Era mais ou menos umas 11h quando estava na Dádiva e Lili passa o telefone pra mim:

- Zalma, é mãe.

- Diz mãe.

- Mulher, eu tô aqui morrendo de vergonha.

Pronto, já sabia que vinha mais uma presepada de mãe. E essa pra abrir 2007 com chave de ouro.

Então, vamos contar contextualizadamente o motivo da vergonha de mãe no raiar do novo ano.

Apesar de sabermos que pirataria é crime e todos aqueles discursos de conscientização para coibir a prática, atire a primeira pedra aquele que nunca adquiriu um CD ou DVDzinho na Lagoa, num barzinho da praia, em frente ao BB do Bessa ou mesmo do carrinho que passa pelo bairro.

Acho engraçado como funcionam as coisas no Brasil. Tinha acabado de ver uma reportagem no Jornal Nacional mostrando um rolo compressor passando por cima de milhares de CD’s e DVD’s piratas apreendidos no RJ, quando vou pra feira Brasil Mostra Brasil (ou “Brasil Mostra Paraguai”, como ouvi certa vez) e, logo na entrada, o que vejo: uma banquinha super vasta e variada de Cds e Dvds piratas, ao ar livre, com policiais passando ao lado, pessoal olhando e comprando, na maior legalidade do mundo. Vai entender as leis desse país...

Então, eu tenho uma mãe, que assim como milhares de mães neste país, também é chegada a um DVDzinho pirata vez em quando. Na sua piratoteca figuram nomes como Elymar Santos, Alcione, Fagner e Luiz Gonzaga. E, quando ela não arruma coisa melhor pra fazer, são estas figurinhas que animam o dia ou noite dela por um precinho bem camarada.

Em casa, ela ouve a discoteca lá fora. Olha pra rua e ver D. Dalva com o homem dos DVD¿s só pesquisando, atrás de cantores românticos, etc. Mãe chega junto e vai logo perguntando sobre um título que queria comprar:

- O Sr. Tem o DVD de Gretchen?

Seu Zé, sem titubear e doido pra vender, de pronto, responde:

- Tenho sim!

E enquanto ele vai procurando, mãe vai argumentando sobre o desejo de adquirir esta pérola da MPB.

- É pra minha filha. Ela gosta dessas musiquinhas de Gretchen...conga, conga, piririripiri...Ela gosta de botar essas músicas nas festinhas dela...

Pronto. Achado o DVD, mãe pega, pergunta o preço, paga, e chama D. Dalva pra assistir. Vão as duas lá pra casa. Botam o DVD. Começa. O cenário é de estúdio. Percussionistas e Backing vocals entoam: pam pam pam pam pam pam...conga conga conga...conga la conga, conga conga conga (ave, a letra é tão profunda que fica até difícil escrever!). No mesmo cenário aparece o DJ Silverado (ex Gutto Guitar, guitarrista da Bamdamel), noivo de Gretchen, tocando guitarra. A Rainha do Bumbum e do botox aparece em cena, contracenando com o noivo e banda. E mãe e D. Dalva lá, sentadinhas no sofá, apreciando aquela musiquinha tão inocente. De repente, Em meio às cenas de estúdio, aparece Gretchen com a mulesta no piripiri do noivo, e ele com todo o gás na la conga dela.

- Marlene, pelo amor de Deus!!! O que é isso??? (Diz D. Dalva com a mão na boca, incrédula com a cena.)

- Dalva, pela madrugada!!! Responde mãe repetindo o gesto de D. Dalva, levando a mão à boca.

- Mulher, pelo amor de Deus, o homi me deu o DVD errado! Constata minha doce mãezinha.

Resumo da ópera: Pensando que era um show desses de estúdio ou palco, mãe acabara de comprar o DVD La Conga Sex, o primeiro filme de sexo explícito da cantora Gretchen com seu noivo. Assim que ela me disse que tava morrendo de vergonha e foi contando a história que foi comprar um DVD de Gretchen, já vi a besteira. Até porque tinha assistido no SuperPop, aquele Programa péssimo de Luciana Gimenez (que mãe adora), cuja audiência gira em torno de trazer figuras sem talento, mas que tentam se promover de qualquer forma. No SuperPop, assuntos de extrema importância são tratados à exaustão como o caso do cantor Ovelha que teve um caso com a mulher de um tal Sadi, ou o beijo que Sabrina Boing Boing deu em Sabrina Sato, ou mesmo o caso de duas travestis que se pegaram no camarim do Programa. Esse SuperPop só não é pior que o Programa da coveira Sonia Abrão, que vive de desenterrar os mortos do mundo artístico ou de explorar a doença de gente famosa.

Enfim, de todo esse episódio, desse equívoco cometido por minha mãe, que já ta “pastorando” Seu Zé pra devolver o DVD, só uma coisinha me incomoda: ela ter dito ao homi:

“É PRA MINHA FILHA...ELA GOSTA DESSAS COISAS PRAS FESTINHAS DELA!”

Agora é rezar pra esse homem não sair espalhando isso pelo Trezão e adjacências de como as festinhas lá em casa são animadas. Logo eu, que tava labutando, tão inocente, e mãe me apronta uma dessas.

A intérprete de Freak Le Boom Boom disse que fez o filme por dinheiro e que o trabalho vai lhe garantir uma aposentadoria tranqüila. O noivo já foi agraciado com a capa da Revista Gay sex boys. Gretchen disse que o filme foi um boom na carreira dela.

E o que eu tenho a ver com o boom da Gretchen? Só mãe explica...


PS. Dedico essa história aos meus queridos ex-alunos da Fatec-JP, Cris e Hugo.

FAZER SABER X SABER FAZER

Ter sucesso era, em sua opinião, ser capaz de trabalhar com alegria e viver positivamente. "Gostaria antes de ver a escola produzir um varredor de ruas feliz do que um erudito neurótico" (Alexander S. Neill)