quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Deu bode!




Fomos buscar Nicola em Natal. Neste dia almoçamos num restaurante especializado em carne de Bode que fica no caminho do aeroporto.
É interessante que quando o avião se aproxima, faz sombra no restaurante e em seguida um barulho danado e todos voltam o olhar pro céu. O bicho passa ali bem pertinho. E como o aeroporto de Natal é bem movimentado, então isso já é uma atração (ou não) do restaurante.
Dizem que eu atraio certos episódios quando se trata de serviços e atendimento ao cliente. Digo que não. Acontece com todo mundo. É só prestar mais um pouco de atenção.
Nesse dia aconteceram duas coisas, em sequencia, bem interessantes. Vamos a elas!
No tal restaurante, chegamos eu, meu irmão, Esdras e mãe.
O restaurante é bem frequentado, no sentido de quantidade. Tem um bom preço: pratos entre 25,00 e 30,00 reais bem servidos pra duas pessoas.
Quando chego num restaurante a primeira regra é: mãe escolhe a mesa. Isto porque a mesa que eu escolher, mãe, fatalmente, vai reclamar:
- Ah, zalma, nessa mesa faz calor!
- Não, Zalma, essa tá perto do banheiro!
- Essa é pequena demais!
- Ave Maria, essa tá de costa pra rua e o sol bate mesmo em cima de mim!
Ou simplesmente uma justificativa incontestável:
- Ah, não, essa mesa é muito sem jeito!!
Bohhh!
Então, escolhida a mesa, esperamos ser notados e atendidos.
Chega a menina com o cardápio e nos deixa a vontade pra escolher.
Mãe pega o cardápio e vai logo dizendo:
- Aqui só tem carne de carneiro no cardápio, porque quando a gente pede nunca tem.
- Moça, tem carneiro?
- Não. Só não temos carneiro.
Ponto pra mãe!
Romero, meu irmão, pergunta qual a diferença entre carne de cordeiro e carneiro. Ninguém sabe responder. Então ele guarda a pergunta pra garçonete.
- Me diga uma coisa. Qual a diferença entre carne de cordeiro e carneiro?
Ao que a menina responde sem nenhum constrangimento:
- Sei não!
E ele: Parece que o cordeiro é o carneiro jovem, né?!
E a garçonete:
- Sei não! Nem de bode eu gostava (bode é a especialidade do restaurante). Passei a comer quando vim trabalhar aqui.
hahahahhahahahahahahaha...
Caramba! Pense numa garçonete preparada pra função.
Mas não pára por aí não.
Romero não se deu por satisfeito com a falta de resposta sobre sua dúvida. Seria o cordeiro um carneiro jovem?
Passa uma outra garçonete do nosso lado. Ele, então, chama a menina e faz a intrigante pergunta:
- Moça, qual a diferença entre cordeiro e carneiro?
Ela, a exemplo da colega, também diz que não sabe.
O engraçado foi que no exato momento em que meu irmão faz a pergunta a outra garçonete, a primeira, aquela que disse que nem de bode gostava, chega ao meu lado pra deixar os pratos na mesa e escuta quando Romero faz a mesma pergunta à outra garçonete, e solta a pérola do dia:
- Ah meu Deus ele ainda tá insistindo com a história do carneiro???
hahahahahahahahahahahaha...
A menina saiu e a gente começou a rir. Ela conseguiu instaurar o terror na nossa mesa. Nada de perguntas idiotas.
Pra finalizar, pedimos logo um prato de cordeiro e outro de bode, antes que a garçonete batesse no meu irmão.
- Mais alguma coisa? dizia ela quando passava.
Não, nada. Tá tudo ótimo!!! Respondiam os 4 cordeirinhos da mesa.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

FARINGITE



A garganta.
Já não fala, balbucia.
Já não canta, anuncia:
TÔ ROUCA!
Mas, não grita...Estás louca?!

O que a garganta cala,
o corpo não sente.

E a pobre docente,
mesmo involuntariamente,
faz sofrer o corpo:
DISCENTE.


Dedico aos meus queridos alunos do Curso de Turismo da UFPB.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O GARGALO DA GALINHA




Estávamos passando em frente ao Hospital Edson Ramalho.
No congestionamento, coisa comum em JP, paramos ao lado de uma van. Nela tinha adesivado "Prefeitura de Juripiranga - ave que canta", curiosas logomarca e slogan da Prefeitura de Juripiranga. Li, registrei. Mãe leu e registrou. E então, quase na mesma hora, chamamos atenção pra van. Ela lê em voz alta o que tá escrito.
- Juripiranga, ave que canta...Zalma, a ave que canta é passarinho, né?!
Pergunta intrigante. Mas, vinda de mãe, pergunta normal. Penso um pouco e respondo:
-Não... Mas tem outras também... (pausa)...A galinha não canta? hahahahhahahahahahaha...(Lá vem nossas questões filosóficas). Ou o cocoricó da galinha não pode ser considerado canto?
Silêncio.
Então, lembrei dos versos de Gonçalves Dias em Canção do Exílio (Penada é cultura!):
- Ah, mãe, as aves gorjeiam, né?!
Sem pensar, mãe emenda:
- Nãoooooo, menina, quem gorjeia é sapo!
Nos entreolhamos e caimos na risada. Uma mangando da outra. Ela pensando que estava certa e eu porque sabia que ela tava errada.
No final, recitei uns versos pra ela:
"Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá.
Os sapos que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá..."
(Gonçalves Dias em parceria com mãe).
E aí me vem uma idéia pra um bloco de carnaval em Olinda. O "Bloco Coaxo é pouco". Todo mundo vestido de sapo e cantando: Coaxo é pouco, é bom demais!!!!). Que m....!
Ps. Na verdade gorjear é sinônimo de trilar, cantar. Fui tirar a dúvida no dicionário.