quinta-feira, 16 de setembro de 2010



Ouvi pessoas de carne e osso e críticas em revistas falando bem do filme "A Origem", o que deu origem a minha vontade de assistir o filme.
Chamei Gu, Wall e Fabiana, esta última (agora vejo como foi sábia) disse que aquele tipo de filme num rolava pra ela não. Então meu companheiro (ou a vítima) de filme foi Gu.
Com 5 minutos de filme, Gu olha pra mim e diz: PQP, que filme é esse que tu dissesse que era bom??? Me indagou mais de uma vez e eu, sem saber muito o que argumentar disse: o filme é bom, agora não dá pra entender nada contigo falando o tempo todo (glup!)
Sinceramente, até que me acho uma pessoa esclarecida, esforçada e com um QI razoável. Mas, sai daquele filme me achando o ser mais incapaz do universo. Se alguém chegar pra mim e me pedir pra contar o filme eu vou dizer: prefiro que vc assista e depois me conte o que entendeu. Pq teve uma hora que Gu disse: tô com vontade de me levantar e perguntar: alguém aí ta entendendo alguma coisa? Se tiver, dou 10 reais pra me contar.
O negócio era mais ou menos assim: DiCaprio era um espião, detetive, mocinho, bandido (não consegui detectar se ele era do bem ou do mal...mas, já que era DiCaprio, só podia ser do bem) que entrava nos sonhos dos outros para roubar segredos. Não sei que segredos eram e nem pra que serviam. O povo era colocado pra dormir e então entrava no sonho um do outro. Assim, DiCaprio ia entrando, pintando e bordando no subconsciente dos outros. E tinha feito treinamento pra isso. E aí era comum a pergunta que fazíamos: agora ele ta sonhando ou é realidade. E eu ali, perguntando as coisas a Gu, mas achava ótimo quando ele não sabia responder (ele nunca sabia mesmo) pq dividia minha incapacidade com ele. Teve um momento que eu pensei que tava começando a entender e então veio a história de um sonho entrar no outro, até formar 3 camadas de sonho. Aí virou pesadelo geral. Pra gente não perder o ingresso, transformamos qualquer filme ruim em comédia. Não que este seja um filme ruim, afinal a crítica teceu comentários elogiosos. O filme deve ser bom, mas com uma espécie de "closed caption" redigida por um psicólogo em intervalos de 10 em 10 segundos. A parte melhor do filme foi quando, eu, procurando o que fazer, notei que a cadeira do meu lado não tinha braço e fui me certificar passando a mão. Aí olhei mais adiante e desconfiei que a outra, vizinha a sem braço, também não tinha braço (Freud explica minha ocupação), então passei a mão mais adiante e acabei pegando numa coisa fofinha com um bico preto que, assim que pus a mão, a coisa se retraiu. Hahahahahahahahahahahaha. Peguei no tênis (eu disse tênis) do menino da fileira de trás que o pôs sobre a poltrona. Fiquei morta de vergonha e encolhi (é possível) na cadeira. Morrendo de rir baixinho, fui no ouvido de Gu e disse o que tinha acontecido. Ele riu e completou: isso não foi nada! Tu não sabe o que aconteceu comigo. Então, ele confessou que assim que se acomodou, antes de eu chegar com a pipoca, as luzes já estavam apagadas e quando ele foi sentar, tentou baixar o braço da cadeira, puxando-o pra baixo. E eis que o braço da cadeira reagiu e se recolheu pra trás. Ou seja, ele conseguiu fazer pior. Eu, pelo menos, só peguei. Ele, puxou o pé do menino pra baixo. E então entrando no clima de todos aqueles devaneios descobrimos que os braços na verdade eram pés. Ah, agora me vem uma definição. Como diria minha mãe, é um filme sem pé nem cabeça. Mas assistam, porque a crítica adorou e até aconselhou: assista mais de uma vez para poder entender. Quem quer ir comigo?

3 comentários:

Wema disse...

Meninaaa podemos ir juntas. É bem psicanalítico. Rssss ....
Mais o melhor mesmo do seu relato foi o ato falho de vocês com o 'tênis'

Romildo disse...

Zalma, eu quase morri de rir com o "tênis/braço de cadeira"e a crítica cinematográfica nem se fala.
Estou muito feliz que o blog tenha voltado integralmente à ativa! Agora só falta uma daquelas histórias estarrecedoras de Mãe pra completar o time.

Lygia disse...

hahahahhaahahahaha
tô rindo faz 3 horas, zalma
a pessoa não só é presepeira, como sabe contar as presepadas.
o que eu mais gosto são as observações do tipo "é possível".
=P