quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A SUPERSINCERA




Eu já disse a mãe que tô com medo que ela apanhe na rua.

Ela agora deu pra ser super sincera. Não que ela não fosse. Mulher de personalidade forte, diz o que quer e quando quer. O problema é que tá dizendo demais e com uma sinceridade cortante. E, muitas vezes, tô eu ali do lado. As vezes quero cavar um buraco no chão. Mas daqui que cave um buraco pra me caber, desisto…

Uma vez, fui pra banca de revista porque combinei de comprar uma palavra cruzada pra ela. Bom pra exercitar a mente, etc. Entrando na banca, ela veio logo atrás e, que nem metralhadora, foi logo disparando:

- Que banca quente da molesta! Não!!! Não vou ficar aqui dentro, não. Não aguento!!!

Olho pra trás, tá o dono da banca atrás do balcão, olhando pra mim, porque ela já tinha dado o fora. Dou lá um risinho hiper sem graça.

Compro a palavra, saio, e tá ela do lado de fora me esperando. Na sombra. Quando entramos no carro, digo:

- Mãe, pelo amor de Deus. Tu me mata de vergonha. Quando tu quiser dizer essas coisas, ameniza, fala com um jeitinho…

E ela: “E eu tava mentindo??? Homi mais miserável!!! Nem um ventilador compra pra botar na banca?!"

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EPISÓDIO II

Outro dia, chega mãe com os óculos caro que eu dei a ela, mas que só vive lascado. Uma vez, caiu a etiqueta do lado e ela quase que morre. Não dormia mais pensando na perna do óculos sem etiqueta. Usá-lo daquele jeito a incomodava demais. A via crucis que fizemos pra conseguir essa etiqueta é assunto pra outro post. Enfim, ela conseguiu a tal etiqueta, mas esta não veio colada. E então vai ela toda contente acertar só um detalhe: colar a etiqueta com a cola adequada, segundo a menina da ótica a orientou. Então, chega mãe no Hospital dos Óculos:

- Moço, eu queria colar a etiqueta desses óculos.

Tirou a caixinha e mostrou óculos e etiqueta num saquinho.

O homem pega os óculos, a etiqueta, e grita para um outro que tá atrás:

- Fulano, tem essa cola pra colar a etiqueta nesses óculos?

Ao que o Fulano de pronto, responde, sem dar a mínima importância à gravidade do problema que mãe carregava:

- Não! A gente não tem não!

- Tem não, Sra., emenda o homem que atendia mãe.

Eita!!! Imagine a fúria de mãe naquele momento.

- Como não! Vocês não têm uma cola pra colar uma etiqueta??? Uma coisa tão simples dessa?

E antes de dar ao homem qualquer chance de resposta, ela dispara no auge da ira:

- Então mude o nome desse negócio. Porque Hospital conserta tudo…e esse não tem uma cola? Então coloque outro nome, porque Hospital não é não!!!

E saiu…hahahahahahahhahahahahahahahaha…

Disse que o homem olhou pra ela, fuzilando-a.

Ah, importante dizer que depois que ela conseguiu colar a etiqueta e conseguiu curtir mais os óculos, agora a perna caiu.

Vem aí a saga de Piovanii, Parte II.

Um comentário:

Lara disse...

Rosalma, o livro com as histórias de mãe tem que sair! Vai ser um best seller!